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  • Edição Regular
    v. 6 n. 1 (2023)

    Editorial

    Evolução e tendências da Indústria 4.0

    É natural a evolução da sociedade decorrente da constante mudança e conforto que a tecnologia traz em nossas vidas a uma velocidade exponencial. Para sairmos de casa contamos com a inteligência artificial e conectividade para otimizar tempo e recursos, ao calcular uma rota no aplicativo do smartphone. O simples equipamento de GPS já se tornou obsoleto, assim como as agendas eletrônicas, calculadoras, tocadores de mp3/CD, walkman, câmeras e vários outros dispositivos que foram substituídos pelo smartphone. E se trocarmos de smartphone, conseguimos acessar nossos dados facilmente, pois está tudo na nuvem. É um caminho sem volta. Assim é definido a diferença entre tendência e moda. Na tendência, há a mudança de pensamento, atitudes e ideias; já a moda, é um sucesso temporário.

    Durante as 3 revoluções industriais, a sociedade sempre foi impactada, tanto positivamente quanto negativamente, e foram alavancadas devido ao avanço tecnológico sendo empregado na linha de produção. A Indústria 4.0 surgiu como uma forma de promover a digitalização da manufatura e trouxe a quebra de paradigmas, da clássica pirâmide de controle para a arquitetura descentralizada do IIOT (internet das coisas na indústria), a robotização, análise de dados, conectividade, integração de sistemas e digitalização. Ainda existem indústrias na era 2.0 ou 3.0; ou seja, pouca ou nenhuma digitalização no chão de fábrica. Esse gap muitas vezes é cultural e somente traz desvantagem competitiva em relação aos concorrentes, já que as tecnologias já fazem parte do nosso dia a dia a nosso favor.

    As indústrias que estão seguindo a tendência da digitalização, já conseguem ver os benefícios, seja no aumento da produtividade, seja na redução de paradas não planejadas com a adoção da manutenção prescritiva, ou na visibilidade dos dados em tempo real. É comum ocorrer a realocação da mão de obra devido a substituição do trabalho mecanizado ou em condições insalubres por robôs, ou de inspeções minuciosas de qualidade sendo feitas por sistemas de visão com inteligência artificial. Porém, diferentemente dos dispositivos eletrônicos dos anos 90, estamos longe de nos tornamos obsoletos.

    Ao mesmo tempo em que há avanços na digitalização, há também a necessidade da capacitação e treinamento dos colaboradores para trabalharem em conjunto com as novas tecnologias. A sociedade é um elemento importante na evolução da Indústria 4.0, para ocorrer a mudança cultural e não pode ser negligenciada. O choque cultural é menor quando as mudanças são favoráveis e abraçadas por todos. A mudança do mindset vai ocorrer quando a sociedade entender que as ferramentas tecnológicas vieram para atuar a nosso favor e não para competir.

    Sylvia Cristina Kimura

    Especialista em Tecnologia no Instituto SENAI de Tecnologia Metalmecânica em São Caetano do Sul - SP 

     

  • Edição Regular
    v. 5 n. 4 (2023)

    Editorial

    A construção do conhecimento e da transformação social: a simbiose transformadora da educação e da ação social por meio de parcerias entre as Instituições de Ensino Superior e o terceiro setor

    As parcerias entre Instituições de Ensino Superior (IES) e o terceiro setor impactam positivamente no processo de formação dos almejados “profissionais do futuro”, colaborando de maneira direta, com a promoção do desenvolvimento social das comunidades acadêmica e externa, tendo como norte alguns pilares: a valorização pelo próximo; o olhar pela coletividade; a inclusão dos mais vulneráveis; a disseminação de novas tecnologias; a expansão de expectativas sobre oportunidades de vida... essa simbiose permite que as instituições de ensino superior, compartilhem seus recursos, conhecimentos e expertise com organizações do terceiro setor, tendo como foco as organizações não governamentais (ONGs).

    Esse modelo de parceria é extremamente vantajoso para ambas as partes envolvidas, considerando que as IES têm a oportunidade de expandir o conhecimento teórico e prático em situações reais, trazidas pela comunidade externa, por meio de soluções inovadoras com foco em desafios sociais. Por outro lado, as ONGs se beneficiam por meio de acesso a recursos, humanos e tecnológicos, que podem ajudá-las a aperfeiçoar suas práticas, como também expandir suas capacidades de transformação e ampliar o impacto de suas iniciativas. Essas parcerias podem envolver a colaboração em projetos de pesquisa e de extensão, a prestação de serviços de consultoria, a troca de conhecimentos e habilidades, a capacitação de capital humano, entre outras formas de cooperação.

    Um exemplo prático de parceria entre IES e ONG é a celebração de parceria entre a Faculdade SENAI São Paulo e a ONG Novos Herdeiros Humanísticos que trabalha com o apoio de jovens de famílias vulneráveis, por meio de ações educacionais e esportivas. A Faculdade SENAI São Paulo, colabora com o apoio de estudantes e professores para desenvolver projetos acadêmicos-tecnológicos com a participação ativa e presencial de jovens atendidos pela ONG, além de contribuir com as estratégias de ensino e de aprendizagem utilizadas pela organização. Os jovens não são intitulados como “vulneráveis” por um acaso, muitas vezes os alunos, professores e a equipe de gestão da Faculdade são colocados em momentos de profunda reflexão, devido às dificuldades estarem conexas à falta de uma das refeições diárias ou de produtos de higiene pessoal, deixando a educação e a tecnologia em segundo plano.

    A contrapartida da ONG está embasada na proposta e contextualização das práticas e dos desafios do cotidiano dos jovens vulneráveis, contribuindo com os estudantes e professores, por meio de aplicações de seus conhecimentos em um ambiente socialmente relevante.

    É de extrema importância salientar que o sucesso das parcerias, como a supracitada, depende da existência de uma relação de confiança e troca entre a IES e a ONG, sendo necessário estabelecer metas e objetivos claros, além de uma comunicação efetiva e perene, garantindo que as expectativas sejam alinhadas e os recursos sejam utilizados de maneira adequada. Também é importante estabelecer o engajamento e a colaboração dos protagonistas, com foco em parcerias de longo prazo. Uma parceria não deve se limitar ao início e meio, tem que ser estabelecida com propósitos sólidos e tangíveis.

    Hoje, vivemos num mundo em plena transformação digital, sendo esse processo diretamente impactado por outra “transformação”, a social... diante desse cenário, a Faculdade SENAI São Paulo tem um papel de extrema relevância, contribuindo para o desenvolvimento da indústria, mas principalmente da sociedade, mitigando a desigualdade e a vulnerabilidade social, por meio da educação, da inclusão, do desenvolvimento tecnológico e da inovação.

    Ricardo Alexandre Carmona

    Coordenador da Faculdade SENAI São Paulo – Campus Anchieta – Vila Mariana

  • Edição Regular
    v. 5 n. 3 (2023)

    Editorial

    Desafio da capacitação profissional na indústria do futuro

    Grande parte das indústrias brasileiras possuem características de uma cultura mais conservadora, tanto no desenvolvimento do produto quanto em recursos de produção. No entanto, a competitividade empresarial como fator primordial à globalização e a forte tendência de fornecedores que estão aderindo ao uso das soluções tecnológicas da Industria 4.0, deixam claro que é um caminho sem volta. Este cenário evidencia que para as indústrias permanecerem no mercado, precisam se atentar às inovações tecnológicas e se adaptarem a este novo contexto.

    O Brasil, atinge 16ª posição no ranking geral Competitividade Brasil, segundo CNI em 08/12/2022, e as duas as principais razões que explicam o avanço são: primeiro, a melhora do país em fatores como Financiamento, Tributação e Ambiente de Negócios. A segunda razão é o maior impacto da pandemia em países como o Peru, nos fatores mão de obra e ambiente macroeconômico. [1]

    Segundo informações da McKinsey, apud Portal da Indústria, estima que, até 2025, os processos relacionados à Indústria 4.0 poderão reduzir custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40%, reduzir o consumo de energia entre 10% e 20% e aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25%. [2]

    Além desses impactos, haverá toda uma série de possíveis consequências da disseminação e da consolidação da Indústria 4.0, que exigirão uma nova concepção de política industrial para o Brasil. [3]

    A baixa maturidade tecnológica nas indústrias brasileiras fica evidente porque segundo SondEsp 83 da CNI, 43% das empresas não identificam quais tecnologias têm potencial para alavancar a competitividade do setor industrial. Nas pequenas empresas, esse porcentual sobe para 57%. Entre as grandes, a fatia recua para 32%. [4]

    A procura por profissionais qualificados é um dos motivos desta estagnação. Não há profissionais qualificados para implementação e manutenção das novas tecnologias suficientes nas indústrias. Visando a alta competitividade tecnológica mundial, o profissional inserido na Indústria 4.0 precisa estar adaptado a essa nova realidade.

    É fundamental qualificar os profissionais com técnicas comunicação, API, robótica autônoma, RPA e algoritmos de análise de dados com Inteligência Artificial (IA) entre outras tendências tecnológicas, assim como desenvolver competências socioemocionais com métodos para estimular a criatividade, o empreendedorismo, a liderança e a comunicação. Como diz Uri Levine, Cofundador do aplicativo Waze, “apaixone-se pelo problema, não pela solução” [5]

    A Inteligência Artificial cada vez está presente, mas não para substituir os seres humanos, mas para agregar conhecimento. Por mais que evolua o poder de processamento das IAs, as máquinas não têm capacidade de criatividade, sentimentos de empatia, felicidade, motivação e sobrevivência. Ainda haverá muitas profissões que precisam dos seres humanos e muitas que ainda vão surgir com avanço das tecnologias.

    Com essa alta tendências de soluções tecnológicas, o profissional especialista em determinada tecnologia perde espaço para profissionais capazes de rápida adaptação as novas tecnologias, com motivação para enfrentar novos desafios, visão analítica para os riscos e estratégia de negócios, perfil comunicativo e fundamentado.

    Cabe aos seres humanos se adaptarem as novas realidades, sempre buscar novas qualificações e sempre reinventar novas soluções para novos problemas!

     Referências

    [1] SMARTLAB. Observatório da Diversidade e da Igualdade de Oportunidades no Trabalho: iniciativa do MPT e da OIT Brasil. 2022. Disponível em: https://smartlabbr.org/diversidade/ . Acesso em: 30 set. 2022.

     [2] PORTAL DA INDÚSTRIA. Indústria 4.0: entenda seus desafios e fundamentos. Disponível em:  https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/industria-4-0/. [2022?].Acesso em: 17 mar. 2023.

     [3] PORTAL DA INDÚSTRIA. Competitividade Brasil: Brasil avança no ranking geral, mas permanece no terço inferior. Disponível em: https://www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/competitividade-brasil-comparacao-com-paises-selecionados/ .[2022?]. Acesso em: 17 mar. 2023

     [4] URI LEVINE. Apaixone-se pelo problema, não pela solução. um guia para empreendedores. Disponível em: https://urilevine.com/book-pt// . Acesso em: 17 mar. 2023.

     [5] PORTAL DA INDÚSTRIA. SondEsp 83: Indústria 4.0 – cinco anos depois. 26 abril 2022. Disponível em: https://www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/sondesp-83-industria-40-cinco-anos-depois/ . Acesso em: 17 mar. 2023.

     

    Sergio Massao Kanazava

    Especialista em Tecnologia no Instituto SENAI de Tecnologia Metalmecânica em São Caetano do Sul - SP 

  • Edição Regular
    v. 5 n. 2 (2022)

    Editorial

    O caminho para a Transformação Digital

    A Transformação Digital não é uma questão de aplicação de tecnologias, é uma questão de estratégias e novas formas de pensar. Um programa bem-sucedido é mais do que melhorar as infraestruturas de tecnologia da informação, pois é igualmente importante que as organizações mudem sua visão e estratégias de negócios para lidar com as novas nuances da era digital. A falta de um olhar sistêmico faz com que poucas empresas consigam implementar seus planos de Transformação Digital, resultando em implicações significativas para as ações de gestão das organizações.

    Os negócios necessitam mais do que uma página em redes sociais ou aplicativos, se desejam um lugar de destaque no mercado, a inovação é o caminho e isto significa adotar tecnologias digitais e as suas capacidades de resultados para aperfeiçoar suas próprias proposições de valores. Seja qual for o setor ou tipo de organização, as estratégias de Transformação Digital possuem elementos comuns que podem ser englobados em vários tipos de dimensões e domínios estratégicos.

    A informação é um dos elementos mais importantes de uma da Transformação Digital, pois é o alicerce para o planejamento e desenvolvimento de estratégias de transformação do negócio que possibilitam a criação de valor para a organização e para os clientes. A Criação de Valor é outro elemento importante na estratégia empresarial e implementação, pois impulsiona o pensamento disruptivo com novos hábitos e comportamentos de consumo. A adoção de novas tecnologias por clientes e empresas promove a criação de novos modelos de negócio e a reformulação da cadeia de valor.

    Sendo assim, a Transformação Digital é dinâmica. Para prosperar no mundo digital em constante mudança, é necessário ser flexível. A única constante é o papel das pessoas e a necessidade de seu envolvimento direto no processo de transformação, para que possamos alcançar a excelência operacional.

     Rodrigo Cesar Barreto Dos Santos

    Agente de Inovação no Instituto SENAI de Tecnologia Metalmecânica em São Caetano do Sul - SP 

  • Edição Regular
    v. 5 n. 1 (2022)

    Editorial

    A importância da pesquisa científica para o novo cenário da educação superior.

     São muitos os desafios para a Educação, assim como para o a sociedade no mundo pós-pandemia, e justamente neste cenário, existem muitas oportunidades para inovar na educação. A partir das inúmeras alterações que o mundo passou em resultado da pandemia, foram derrubadas muitas fronteiras na educação do ensino superior. A mudança continua acontecendo e frequentemente o extraordinário se torna o novo normal. O ritmo da evolução tecnológica foi acelerado de maneira exponencial e teve um grande impacto no modo em que a educação lida com a tecnologia. De fato, a necessidade do uso das tecnologias foi essencial para promover tecnologias educacionais mais flexíveis, abrangentes e eficientes, capazes de satisfazer os desafios da sociedade atual. A oferta rápida e em grande escala de novas tecnologias, inevitavelmente resulta em novos ambientes de aprendizagem, ensino e comunicação. Este contexto também exigirá que as técnicas tradicionais de aprendizagem sejam reestruturadas de modo a responder às novas necessidades emergentes. Ao mesmo tempo, a gestão e divulgação do conhecimento tanto dentro da comunidade científica quanto nas instituições de ensino também sofrerão mudanças, decorrentes da virtualização de ações anteriormente aplicadas de forma presencial. 

     À medida que a turbulência foi dando gradualmente lugar às mudanças necessárias, muitas ideias, propostas novas e criativas surgiram, sendo que outras tantas questões permanecem sem resposta.

     Devido ao exposto, defendo que a educação deverá se beneficiar positivamente das tecnologias oriundas de um período em que a virtualização da educação foi obrigatória e ainda, mesmo que estes recursos não são mais obrigatoriamente necessários, certamente eles vieram para ficar e evoluir. É a Transformação Digital moldando o futuro!

     A proposta da Revista Brasileira de Mecatrônica é ser um espaço de disseminação dos conhecimentos resultantes da investigação científica, bem como um local de discussões, portanto, serão apresentadas nesta edição diversos artigos que explanam sobre Digitalização e Indústria 4.0, temas que são de grande importância nesta missão de disseminar conhecimentos, que certamente farão parte do novo normal da educação pós-pandemia da Covid-19.

     Thiago Leite de Almeida 

    Coordenador Técnico - Faculdade SENAI de Tecnologia Mecatrônica - São Caetano do Sul - SP

     

  • Edição Regular
    v. 4 n. 4 (2022)

    Editorial

    Por que o Lean ainda é tão importante em tempos de Transformação Digital?

     Nos últimos anos o tema “Indústria 4.0” passou de tema a ser conhecido para tema a ser conquistado! Não importa o segmento, porte ou expectativa de faturamento; ser reconhecido como uma empresa que detém alguma tecnologia habilitadora 4.0, se transformou em selo de conquista! Mas é justamente aí que as dúvidas permeiam! Muitas empresas até sabem aonde chegar, mas não reconhecem o abismo entre o estado atual e o futuro! Quais investimentos serão necessários, quais equipamentos ou infraestrutura, como planejar – tudo isso pode tornar-se um pesadelo para qualquer empresário que se habilite a essa jornada! 

    É dentro deste contexto que defendo a necessidade por uma jornada lean antes de qualquer pretensão à transformação digital. Passar por um processo de diagnóstico técnico de maturidade para enxergar as oportunidades de melhoria a serem realizadas e as trilhas necessárias para atingir o esperado alvo “Transformação Digital’’, sem queimar largada ou pular etapas!

    São empresas que cresceram nos últimos anos, mudaram de endereço e não tiveram a oportunidade de crescer de maneira correta: com análise de layout, arranjo físico e fluxo de processos ideal, gerando movimentações desnecessárias no fluxo de produção e consequentemente aumento no lead time para entregas ao cliente final.

    No atual cenário que estamos atravessando, renunciar aos conceitos lean thinking e migrar para uma jornada 4.0 sem uma mentoria adequada e com profissionais habilitados, pode gerar desperdícios automatizados, além de altos custos que podem “enterrar” projetos com alto potencial de retorno.

    Por meio do lean podemos mapear processos, identificar desperdícios e preparar qualquer empresa ou negócio para um estágio avançado de tecnologia e alta produtividade! Lean e Transformação Digital precisam andar juntas para que cada ação seja executada de forma cirúrgica, sem erros e na medida certa!

    Marcos Arruda

    Supervisor de Projetos e Tecnologia no Instituto SENAI de Tecnologia Metalmecânica em São Caetano do Sul, SP e Professor na Faculdade de Tecnologia do Estado de SP – FATEC - SP

  • Edição Regular
    v. 4 n. 3 (2022)

    Editorial - Bilingue: Português   

    A Indústria 4.0 e suas oportunidades para América Latina

    América Latina hoje tem que aproveitar a oportunidade de impulsionar a economia mediante o uso das novas tecnologias digitais e conseguir ser competitiva e aumentar a produtividade em todos os setores.  O avance da Indústria 4.0 em Europa e Asia é uma realidade. Não obstante, em América Latina o seu processo não está tão avançado como poderia ser.

    Na atualidade existem somente poucas empresas que utilizam as tecnologias da Indústria 4.0 para melhorar a eficiência dos seus processos, ampliar a oferta de emprego e consequentemente seus lucros.

    Oportunidades de desenvolvimento da Indústria 4.0 existem em todos os setores, desde a manufatura, mineração, agronegócios, serviços até no sector Público.

    Os projetos da Indústria 4.0 nos diferentes setores demostram que os resultados devido à implementação de novas tecnologias são sempre positivos no sentido sociocultural, ambiental e empresarial.

    Mineração 4.0 e Agro 4.0 são projetos interessantes porque esses temas são comuns em toda Latino América e podem ser disseminados em toda a região facilmente.

    Os sensores atualmente podem subsidiar a manutenção preventiva e preditiva, determinar a qualidade do solo e a otimização da água. A inteligência artificial permite analisar os dados para a colheita ou dos processos de comercialização.  Com a implementação das tecnologias digitais ganhamos em todo o círculo produtivo e meio ambiental.

    No setor público muitas cidades trabalham atualmente na implementação da informação integrada de dados da população.  A eficiência na renovação ou solicitação de documentos com o auxílio da tecnologia atualmente é mais necessária devido ao problema da pandemia.

    A transformação digital não é um processo fácil, para lograr resultados positivos precisamos realizar diferentes etapas ao longo de todo o processo de mudanças.

    As etapas de Lean Management e de transformação organizacional e cultural são essenciais para obter uma mudança com sucesso cambio exitoso, dentro de este contexto, a capacitação tecnológica tem um papel fundamental.

    Helmuth Obilcnik

    Presidente da Bosch para a região norte de América Latina e General Manager da Bosch em Colombia, Peru, Ecuador, Panamá e Venezuela no período 2011-2022.

     

    Editorial - Bilingue: Espanhol

    La Industria 4.0 y sus oportunidades para América Latina

    América Latina hoy tiene que aprovechar la oportunidad de impulsar la economía con el uso de nuevas tecnologías digitales y con eso ser competitiva y aumentar la productividad en todos los sectores.  El avance de la Industria 4.0 en Europa y Asia es indudable. Sin embargo, en América Latina su proceso no esta tan avanzado como podía ser.

    En la actualidad hay solo pocas empresas que utilizan las tecnologías de la Industria 4.0 para mejorar la eficiencia de sus procesos, ampliar la oferta de empleo y consecuentemente aumentar sus lucros.

    Oportunidades de desarrollo de la Industria 4.0 hay en todos los sectores desde la Manufactura, Minería, Agropecuaria hasta en el sector Publico.

    Proyectos de Industria 4.0 en los diferentes sectores demuestran que los resultados debido a la implementación nuevas tecnologías son siempre positivos en el sentido socio cultural, ambiental y empresarial.

    Minería 4.0 y Agro 4.0 son proyectos interesantes porque los temas de la Minería y Agricultura están en toda Latinoamérica y se pueden escalar en toda la región fácilmente.

    Los sensores hoy pueden prever el mantenimiento preventivo y predictivo o determinar la calidad del suelo y la optimización del agua. La inteligencia artificial nos permite analizar los datos para la cosecha o de los procesos de comercialización.  Con la implementación de las tecnologías digitales ganamos en todo el circulo productivo y medio ambiental.

    En el sector público muchas cuidades trabajan hoy en la implementación de la información integrada de los datos de sus ciudadanos.  La eficiencia en la renovación o solicitación de documentos con el auxilio de la tecnología hoy es más necesaria que antes debido al tema de la pandemia.

    La transformación digital no es un proceso fácil, para lograr los resultados positivos tendremos que pasar por diferentes etapas en el proceso de cambio.

    Las etapas de Lean Management y las etapas de transformación organizacional y cultural son esenciales para obtener un cambio exitoso, dentro de este contexto, la capacitación tecnológica tiene un papel fundamental.

     Helmuth Obilcnik 

    Presidente de Bosch para la región norte de América Latina y General Manager de Bosch en Colombia, Perú, Ecuador, Panamá y Venezuela en el período 2011-2022

  • Edição Regular
    v. 4 n. 2 (2021)

    Editorial

    Revista Brasileira de Mecatrônica, uma ferramenta para divulgação do conhecimento científico.

    Quando fui convidado pelo Editor desta revista para escrever este editorial, em um primeiro momento, pensei em abordar o assunto Internet das Coisas (IoT) um dos pilares da Indústria 4.0, que faz parte de minha linha de pesquisa. Porém, deixei esta tarefa para os autores que aqui publicam e fazem muito bem esse papel. Então, decidi falar um pouco deste periódico que tenho muito orgulho por ter ajudado a idealizar e fundar, do qual fui Co-Editor e hoje membro do conselho científico, um dos responsáveis pela área de Engenharia da Computação e Indústria 4.0.
    A Revista Brasileira de Mecatrônica, um periódico idealizado no ano de 2017, com sua edição inaugural publicada em 2018, emprega o Sistema de Publicação Open Journal Systems, já possui em sua breve, porém importante história, mais de 100 artigos publicados, incluindo os melhores trabalhos apresentados em duas edições do Simpósio das Faculdades de Tecnologia do SENAI-SP. Nossa revista já possui muitos acessos, que contemplam todas as regiões do Brasil e de alguns lugares do mundo. Isso é motivo de muito orgulho para nós, pois sua criação, inicialmente tinha como objetivo incentivar o corpo discente e docente da Faculdade Senai de Tecnologia Mecatrônica a promover sua divulgação científica.
    O Panorama da ciência brasileira: 2015-2020 (2021), um relatório técnico, o primeiro boletim anual do Observatório de Ciência, Tecnologia e Inovação (OCTI), tem como um de seus objetivos disponibilizar panoramas sobre a produção científica e tecnológica brasileira e mundial. Analisando este relatório, que trabalhou com uma coleção de mais de 300 mil artigos científicos, produzidos nos últimos seis anos, de 2015 a 2020, obtidos da Web of Science (WoS), extrai-se diversas informações relevantes, como por exemplo, um crescimento relativo dos artigos científicos na área de Engenharia, que passou de 6,4%, em 2015, para 8,5%, em 2020.
    Com base nestes dados analisados, nota-se que o caráter multidisciplinar da Revista Brasileira de Mecatrônica, todos ligados a áreas da Engenharia, e que representam as grandes áreas tecnológicas de nossa instituição mantenedora (Faculdade Senai de Tecnologia Mecatrônica Industrial), sendo Mecatrônica, Ciência da Computação, Indústria 4.0 e Automação Industrial, também contribuem para um avanço da produção e da divulgação científica em nosso país.
    Encerro este editorial com um agradecimento a todos autores, técnicos, bibliotecários, pesquisadores, professores e todos os demais profissionais que contribuíram para que chegássemos até aqui. E faço um convite para que novos autores possam dar sua contribuição e publicar em nossa revista.
    Ótima leitura a todos!

    Daniel Otávio Tambasco Bruno
    Mestre em Engenharia da Informação
    Professor da Faculdade Senai de Tecnologia Mecatrônica Industrial


    Referências
    CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS- CGEE. Panorama da ciência brasileira: 2015-2020. Boletim Anual OCTI, Brasília, v.1, jun. 2021. 196 p.

  • Edição Regular
    v. 4 n. 1 (2021)

    Editorial  

    O impacto dos softwares CAD/CAM/CAE na quarta Revolução Industrial

     Em meados dos anos 90, no início de minha carreira como engenheiro de projetos, tive o privilégio de participar da revolução promovida pelos softwares de CAD, quando surgiram no país os primeiros projetos em três dimensões. Atualmente os softwares de CAD/CAM/CAE beiram o estado da arte. No CAD pode se desenhar qualquer objeto independente da   complexidade da geometria, criar conjuntos com movimentos reais, realizar estudos de ergonomia, planejar células de manufatura com robôs e navegar em ambientes imersivos, no CAE simular esforços estático ou dinâmica buscando a melhor topologia da forma, no CAM criar programas de CNC e simulá-los em máquinas virtuais idênticas a realidade, enfim as possibilidades são imensas. Muito diferente das primeiras versões onde o usuário escolhia movimentar o objeto ou aplicar a textura, ambos não era possível devido às limitações do software e hardware na época.

    A nova revolução, chamada Indústria 4.0 pretende ser a expressão de um novo capítulo na trajetória das transformações industriais e evidenciam uma nova relação entre homens e máquinas. Diferente das revoluções indústrias anteriores, todos poderão participar desta.  É um movimento sem volta e enganam-se os que pensam que será para poucos. Qualquer empresa, de qualquer tamanho e independente do setor de atuação, precisarão se adaptar se quiserem permanecer competitivas, assim como ocorreu com os softwares de CAD. O professor Klaus Schwab, em seu livro The Fourth Industrial Revolution definiu bem este momento: “Ainda temos que entender completamente a velocidade e a amplitude desta nova revolução. Considere as possibilidades ilimitadas de conectar bilhões de pessoas a dispositivos móveis, gerando poder de processamento sem precedentes, capacidades de armazenamento e acesso ao conhecimento. Ou pense na convergência impressionante das inovações tecnológicas emergentes, abrangendo campos variados, como inteligência artificial (AI), robótica, internet das coisas (IoT), veículos autônomos, impressão 3D, nanotecnologia, biotecnologia, ciência de materiais, armazenamento de energia e computação quântica, para citar alguns. Muitos dessas inovações estão em sua infância, mas já estão atingindo um ponto de inflexão em seu desenvolvimento à medida que constroem e amplificam a fusão de tecnologias nos mundos físico, digital e biológico”.

    O Comissionamento Virtual é umas destas tecnologias em estágio de maturação impulsionada pela elaboração de projetos cada vez mais complexos exigidos na indústria, buscando sempre o menor custo e tempo possível. O desenvolvimento da linha de produção ocorre em etapas como: projeto da fábrica, projeto mecânico, projeto elétrico e projeto de automação, usando softwares CAD/CAM/CAE. O Comissionamento Real do projeto consiste na execução de testes e verificação das máquinas antes do início da produção e segundo a Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas-Ferramentas, o tempo nesta etapa  equivale a 25% do tempo disponível para o projeto e a construção de uma planta, e até 15% é gasto apenas em correção de erros do software de controle. A ideia básica do Comissionamento Virtual compreende a execução dos testes baseado em um modelo CAD 3D de simulação acoplado ao Controlador Lógico Programável, permitindo realizar grande parte das atividades antes da instalação do sistema, reduzindo as incertezas do projeto.

    O momento atual é desafiador, exigindo dos educadores além da formação pedagógica e emocional, conhecimentos multidisciplinares nas áreas de automação, robótica e programação computacional para preparar os jovens trabalhadores. Os cursos de mecatrônica em nível Técnico e Superior estão formados para atender estas necessidades e o novo curso em Engenharia de Controle e Automação, aprovado recentemente, foi elaborado com uma matriz curricular inovadora e fundamentada nas tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, afirmando o compromisso do SENAI na formação de profissionais para atender a nova realidade das empresas como sempre fez nestes 79 anos.

    Daniel Camusso - Prof. da Faculdade SENAI de Tecnologia Mecatrônica 

    Especialista em softwares CAD/CAE

  • Capa da revista.

    Edição Regular
    v. 3 n. 4 (2021)

    Editorial

    Transformação Digital no Brasil: a importância das parcerias e do trabalho em rede

    O documento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de setembro/2020 intitulado: “A difusão das tecnologias da indústria 4.0 em empresas brasileiras”, propõe 7 (sete) ações para acelerar o processo de implementação das tecnologias de digitalização na indústria nacional. São elas: 1) Informação e sensibilização no nível gerencial; 2) Eventos regionais ou foco em segmentos industriais; 3) Produzir e divulgar vídeos de casos concretos da empresa; 4) Informação e sensibilização para a alta direção das empresas; 5) Estímulos à elaboração de planos empresariais estratégicos de digitalização; 6) Concessão de financiamento de baixo custo para a demanda de soluções tecnológicas no padrão da indústria 4.0 do qual é exemplo a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP); e 7) Concessão de financiamento de baixo custo para a demanda de soluções tecnológicas no padrão da Indústria 4.0, exemplificada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

    Dentre as ações cujo objetivo é financiar projetos de implementação de soluções tecnológicas, há que se destacar também o programa de incentivo “Rota 2030”. Este programa é parte da estratégia elaborada pelo Governo Federal para o desenvolvimento do setor automotivo no país e tem como objetivo ampliar a inserção da indústria automotiva brasileira no mercado global por meio da exportação de veículos e autopeças.

    A iniciativa do “Rota 2030” é especialmente interessante porque estabelece uma parceria entre três instituições: o Governo Federal, a Iniciativa Privada e os Institutos de Pesquisa, figurados por quatro organizações credenciadas: o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP).

    Tal parceira se estabelece da seguinte forma: a Iniciativa Privada é facultada depositar os valores correspondentes a dois por cento (2%) do Imposto de Importação (II) devido ao Governo Federal, diretamente à uma das quatro entidades credenciadas no programa (SENAI, FINEP, EMBRAPII e FUNDEP) para a aplicação em projetos de inovação tecnológica.

    O Governo, portanto, abre mão de parte dos valores de Imposto de Importação em um primeiro momento para depois recebê-los novamente em razão do aumento de produtividade proporcionado pelo programa. A Iniciativa Privada, por sua vez, se beneficia com a modernização e com a maior eficiência em sua planta fabril. Os Institutos de Pesquisa, por fim, são financiados e fortalecidos pelo pagamento da sua prestação de serviços junto as empresas e reconhecimento da qualidade e utilidade dos serviços prestados.

    Os projetos de soluções tecnológicas financiados no âmbito do “Programa Rota 2030” têm sido bastante exitosos e abrangentes. No SENAI, por exemplo, apenas os projetos vinculados a uma das categorias financiadas dentro do programa sob o nome de “Hands-on: aprendendo fazendo” já beneficiou cerca de 250 empresas em todo o país.

    A essência do programa consiste, na realização de trabalho em rede, associando os centros de pesquisa e os setores da empresa privada para realização de um mesmo projeto visando ao aumento da produtividade. Segundo Mance (1999), “cada nódulo da rede representa uma unidade e cada fio, um canal por onde essas unidades articulam através de diversos fluxos”.

    No mercado globalizado e contemporâneo, é cada vez mais difícil que um profissional ou uma empresa cresçam sozinhos. Neste contexto, o estabelecimento de parcerias e de redes de trabalho torna-se cada vez mais estratégico e necessário. O “Programa Rota 2030”, é um excelente exemplo de iniciativa de fomento ao desenvolvimento dessas habilidades, contribuindo assim para competitividade na indústria nacional.

    Antonio Sérgio Martins - Agente de Inovação – SENAI-SP

  • Edição Regular
    v. 3 n. 3 (2021)

    Editorial 

    Lean Manufacturing, Tecnologias da Industria 4.0 ou ambos?

    Atualmente vemos que as operações realizadas nas empresas, aumentam cada vez más em número e complexidade e representam um desafio aos recursos convencionais disponíveis pela filosofia do Lean Manufacturing. Diante desse horizonte, surgem as tecnologias digitais da Industria 4.0 como uma possível alternativa para poder responder a esse desafio.

    Experiências indicam que para obter os melhores resultados em termos de aumento de produtividade e excelência operativa é fundamental implementar ambas as alternativas, porém não na forma sequencial, mas sim em forma integrada, conceito que atualmente se conhece como LEAN 4.0

    Mediante a implantação do Lean 4.0 é possível reduzir os custos de fabricação em até 40% dentro de um horizonte de 5 a 10 anos, um tempo significativamente menor que os obtidos em implantações separadas do Lean ou das técnicas da Industria 4.0.

    As tecnologias digitais da Indústria 4.0 não são suficientes para garantir a eficiência da produção, antes de integrar e automatizar processos, instalar sensores e robôs, é necessário melhorar os processos para eliminar as perdas, atacando as fontes geradoras de desperdícios. Por outro lado, uma análise de Big Data por exemplo, pode ajudar a empresa a identificar quais produtos tem valor para o cliente e de esta forma a empresa pode focar neles para se manter competitiva no mercado.

    Ao fusionar os conceitos do Lean Manufacturing com as tecnologias digitais da Indústria 4.0 conseguimos potencializar a melhoria da produtividade da empresa:  o Lean foca na eliminação de desperdícios “produzir mais com menos recursos”, e é nesse sentido que a integração de processos e a automação, pilares da Industria 4.0 contribuem com esse propósito.

    Existem muitas vantagens na integração entre o Lean e as tecnologias da Industria 4.0, vejamos algumas:

    • Indicadores atualizados em tempo real, que permitem a tomada de decisões com maior rapidez e exatidão;
    • Uso da disponibilidade remota dos índices de produtividade em cada operação mediante dispositivos digitais integrados (tablets, notebooks e smartphones);
    • Acionamento imediato das equipes de manutenção diante de algum imprevisto graças ao monitoramento dos equipamentos online;
    • Verificação de condições de status dos equipamentos, como perdas de rendimento e produção de refugos (peças reprovadas pelo controle de qualidade) em cada processo em tempo real;

    Finalmente podemos nos perguntar: mas como fazer essa implementação em forma integrada para obter o maior benefício?

    De fato, não existe uma fórmula mágica, cada caso deve ser pensado em função da realidade específica e dos objetivos a serem atingidos. A combinação de ferramentas do Lean com as tecnologias da Indústria 4.0 devem ser analisadas e selecionadas para atacar problemas específicos com a máxima eficiência. Para conseguir isso, é fundamental o conhecimento das ferramentas do Lean Manufacturing assim como das tecnologias digitais da Industria 4.0 para poder escolher de forma acertada a estratégia a ser adotada.

    Prof. Jorge Antonio Giles Ferrer

    Dr. Eng. Mecânica

  • Edição Regular
    v. 3 n. 2 (2020)

    Editorial

    A transformação digital não é sobre tecnologia, e sim pessoas.

    A transformação digital não é um simples processo de agregar novas tecnologias, e sim algo muito mais complexo, uma mudança no jeito de ser, no jeito de fazer acontecer, ou seja, uma mudança organizacional baseada na cultura digital.

    E com base neste contexto, não estamos falando de tecnologias radicais, mas sim sobre a experiência que essas tecnologias podem proporcionar ao ser humano.

    Com foco em excelência operacional, inovação em processos e produtos e o relacionamento com o mercado, a tecnologia deixou de ser um diferencial, e sim a conexão dela com as pessoas, o que de fato resulta em geração de valor a partir de uma estratégia de negócio.

    E existe um caminho a ser seguido, uma receita para o sucesso na jornada da digitalização em uma organização?

    Existem estratégias e ações fundamentais para buscar melhores resultados globais, como um planejamento estratégico baseado em pessoas e que tenha como premissas, o pensamento digital e agilidade para inovar. É preciso que a organização tenha ferramentas e métricas que encorajem as pessoas a exercitarem a antecipação do futuro, irem além do óbvio.

    Apresento, por fim, parte do relatório do estado da transformação digital da consultoria Norte Americana Altimeter (2016):

    “A Transformação Digital é tanto uma história de tecnologia quanto uma história sobre como pessoas guiam as mudanças dentro e fora das companhias. O fator humano é realmente a força catalisadora por trás da evolução e revolução dos negócios.”

    The 2016 State of Digital Transformation Report, Altimeter.

    Bruno Sousa

    Agente de Inovação – SENAI-SP

  • Edição Regular
    v. 3 n. 1 (2020)

    Editorial

    Indústria 4.0 – O momento é agora, Brasil!

     Conforme Capgemini (2017), 50% das organizações na Alemanha, Estado Unidos, França, e Reino Unido já implementaram fábricas inteligentes, que trabalham com a maioria das tecnologias habilitadoras ou digitais da Indústria 4.0 integradas, contra 28% na Índia e 25% na China.

    No Brasil, conforme a Confederação Nacional da Indústria  - Indústria 2027 em 2017, apenas 1,6% das grandes empresas implementaram as fábricas inteligentes, e a perspectiva para 2027 é de 23,9%. Ou seja, o Brasil, na média, ainda está aplicando tecnologias da segunda e da terceira revolução industrial no seu parque fabril, enquanto algumas empresas multinacionais se destacam.

    Isto pode significar que o Brasil saiu atrasado na corrida tecnológica da quarta revolução industrial devido seus problemas estruturais, e que não tem vocação para a área industrial. Ou que os profissionais preparados, que souberem implantar estas tecnologias habilitadoras, têm 98% de mercado para atuar, através do seu próprio negócio ou de empresas que procuram esta mão de obra especializada. Vale ressaltar o potencial do Brasil para a área industrial, já que é a 9° potência industrial de transformação do mundo (IEDI 2019), além de possuir inúmeros recursos naturais desejados por diversos países.

    Neste cenário, os profissionais que se inovarem e adquirirem conhecimento sobre estas tecnologias, além de não ficarem desempregados, serão líderes dentro de suas empresas na aplicação destas tecnologias habilitadoras. Segundo levantamento da CATHO (2020), as vagas para algumas áreas de tecnologia subiram 600%, contra 63% do mercado de tecnologia em geral levantado pelo Banco Nacional de Empregos (BNE). Enquanto muitos setores perderam sua capacidade de empregar em 2020 e 2021, devido a pandemia da COVID-19, as áreas de tecnologias da automação (TA) e da tecnologia da informação (TI) aumentaram sua contratação mostrando o potencial para quem está se preparando e não parou de estudar. Além disso, o mercado de startups brasileiro teve seu melhor ano histórico em 2020, com ênfase na aplicação das tecnologias digitais.

    Para os empresários é a grande chance de inovar a suas empresas e aproveitar, o uso das tecnologias habilitadoras para diminuir custos, enxugar processos, e mudar o seu modelo de negócio, deixando os preços de seus produtos mais competitivos, mesmo levando em conta o “custo Brasil”. Infelizmente se não ocorrer essa mudança de mindset, muitas empresas serão fechadas e negócios serão perdidos.

    Logo, o momento é agora, pois o Brasil está vivenciando a Indústria 4.0 e necessita de profissionais capacitados que possam realizar as integrações entre as área de automação e TI, e empresários que confiem no potencial brasileiro e não tenham medo de mudar.

    Deixar a indústria brasileira mais competitiva e tecnológica, é fundamental para o progresso do Brasil e esse é o papel que esta revista cumpre brilhantemente. Disseminar o conhecimento científico aplicado voltado para as áreas de automação, mecatrônica, TI e principalmente para a aplicação das tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0!

    Thiago Tadeu Amici

    Prof. da Graduação Mecatrônica e Pós-Graduação em Indústria 4.0

    Me. Automação e Controle de Processos

  • Edição Especial - Parte 3/3 - 2º Simpósio das Faculdades de Tecnologia SENAI-SP
    v. 2 n. 4 (2020)

    Caro Leitor,

    É com grande satisfação que apresentamos a terceira, de três partes dos trabalhos finalistas do 2º Simpósio das Faculdades de Tecnologia do SENAI-SP.

    Nesta edição, serão apresentados os trabalho das área de Alimentos, Gráfica e Química.

    Boa Leitura!

    Equipe Editorial.

  • Edição Especial - Parte 2/3 - 2º Simpósio das Faculdades de Tecnologia SENAI-SP
    v. 2 n. 3 (2020)

    Caro Leitor,

    É com grande satisfação que apresentamos a segunda, de três partes dos trabalhos finalistas do 2º Simpósio das Faculdades de Tecnologia do SENAI-SP.

    Nesta edição, serão apresentados os trabalhos das área de Automação.

    Boa Leitura!

    Equipe Editorial.

  • Edição Especial - Parte 1/3 - 2º Simpósio das Faculdades de Tecnologia SENAI-SP
    v. 2 n. 2 (2019)

    Caro Leitor,

    É com grande satisfação que apresentamos a primeira, de três partes dos trabalhos finalistas do 2º Simpósio das Faculdades de Tecnologia do SENAI-SP.

    Nesta edição, serão apresentados os trabalhos das áreas de Automobilística e Metalmecânica.

    Boa Leitura!

    Equipe Editorial.

  • Edição Regular
    v. 2 n. 1 (2019)

    Editorial

    Esta casa também é minha!

    Como Executivo, aos 64 anos, olhar para trás é sempre um aprendizado para o futuro!

    Não podemos desprezar tudo o que vimos e aprendemos, pois é isto que nos prepara para o grande salto, para a grande revolução que bate a nossa porta.

    Para mim, diferentemente dos que chegam agora, as mudanças, não são surpresas, não são novas – são sim, mais rápidas. Percebo-as homeopaticamente – um pouco a cada vez, cada vez mais velozes e integralmente conectadas.

    Como engenheiro, além de Executivo, também estou conectado em muitas coisas, que para simplificar divido em 2 grandes temas – como fazer para continuar produzindo resultados num mundo em tão grande transformação e como continuar a desenvolver-me continuamente, nas ciências e na vida.

    Para o primeiro tema, frequento associações, organismos de classes, mantenho ativo meu networking, vejo onde estão as prioridades do país e do mundo que afetam meu negócio, me preocupo em onde posso buscar financiamentos e incentivos, como faço para desenvolver novos projetos, como faço para integra-los a nossa realidade diária, e como atender aos desejos dos acionistas. E, num país tão raro como o nosso, para falar pouco.

    O segundo tema .... Este é o que me ajuda a desenvolver-me continuamente. Temos instituições que funcionam muito bem no Brasil, que estão aí para apoio a Indústria Nacional. Dentre estes, evidencio o SENAI. Poucos no mundo, são como este. Amparar jovens desde o ensino médio, passando pela faculdade até a pós-graduação, é missão de poucos. E em tantas ciências... das básicas como ciências da agricultura, tecelagem, mecânica, fundição, plásticos, até as mais sofisticadas como automotiva, médica – e mais recentemente, Gestão e Programas de Indústria 4.0.

    O SENAI, dá mais um enorme salto na direção das empresas com os programas de Gestão e Indústria 4.0, pois preenche uma enorme lacuna, onde os empreendedores brasileiros, das pequenas e médias empresas não tem muitas alternativas – nem para se preparar, nem para investir, nem para entender como tudo isto irá afetar seus negócios.   

    Nos últimos anos – tenho sido um grande consumidor de todas estas capacidades disponíveis – uso a alta capacidade tecnológica latente, me beneficio das pessoas que detém estes conhecimentos me ajudam a transformar o negócio, das estruturas que me colocam num grande networking brasileiro e internacional.

    Talvez, seja momento de um parênteses – o SENAI desenvolveu, usando os mais avançados recursos da Mecatrônica, máquinas avançadas de medição automática de peças, sem contato físico, em produção contínua de massa. Contribuiu também de forma muito significativa, na construção e aprovação de um dos maiores projetos de Industria 4.0 realizados no país nos recentes últimos anos.

    Isto é feito, por mais que uma instituição - pelas pessoas que a compõe, que a tornam possível e viável. Posso afirmar que esta relação tão íntima, contribui para que se possa levar a Indústria Brasileira, muito em breve a um novo patamar.

    Por isto, com forte sentimento de participar e pertencer, escrevo – Esta casa, também é minha!

    Guido Ganassali

    CEO da CECIL Laminados Ltda.

  • Edição Regular
    v. 1 n. 4 (2019)

    Editorial

    A indústria 4.0 e os profissionais do futuro de que precisamos hoje

    “No Brasil, até o passado é incerto”. A frase, antológica, ora atribuída a Pedro Malan ora a Gustavo Loyola, ressalta a dificuldade da tarefa daqueles chamados a refletir sobre o futuro, notadamente em terras tupiniquins.

    A automação e sua antecessora, a mecanização, ocupam, há décadas, relevante espaço no produzir humano. Tempos Modernos talvez seja um dos primeiros filmes a tratar do tema, ainda nas fases iniciais da Revolução industrial. Recordo aqui que data de 1936! A cena de Chaplin entre engrenagens é uma crítica ao processo, mas não representa o nosso destino.

    Desacelerar para a reflexão é oportunidade rara, pois esse bem precioso e escasso, chamado tempo, implora por tuítes curtos. O desafio aqui colocado, contudo, nos obrigada a um pensar cuidadoso.

    O ritmo acelerado determinado pelo conjunto de transformações produtivas que denominamos “Indústria 4.0” traz consigo temores e espanto: em meio a tais emoções, seria fácil sucumbir a previsões alarmistas ou catastróficas. Sobraria espaço para o ser humano? O que dizer do futuro dos empregos?  Outros, talvez mais sabiamente, apontam que seria melhor pensar nos empregos do futuro e não no futuro dos empregos.

    A razão maior da perplexidade que hoje nos toma talvez seja o fato de que Inteligência Artificial e Machine Learning, expressões outrora restritas aos filmes e séries de ficção científica, estejam se tornando commodities. Sim, isso mesmo: commodities! Cada vez mais baratas e encontradas em muitos lugares.

    De modo algum tal fato deve nos aterrorizar. Como bem apontou neste contexto Devin Fidler, Diretor de Pesquisa do Instituto do Futuro, “as competências e capacidades exclusivamente humanas se tornarão cada vez mais valiosas”.

    Tendo em mente tais questões e os dilemas que delas emergem, apresenta-se a pergunta natural: quais as ações e condutas necessárias diante de tal cenário?

    Sugiro iniciativas pautadas em quatro pilares. Em primeiro lugar, é preciso que as políticas públicas e seus formuladores percebam que o contexto é de mar revolto, e que não podemos ficar à deriva. Devemos buscar direção e sentido apropriados, a começar pelo diálogo com o setor produtivo. Disse Shakespeare em A Tempestade: “Pois mesmo na torrente, tempestade, eu diria até no torvelinho da paixão, é preciso conceber e exprimir sobriedade - o que engrandece a ação”.

    Também relevante é fortalecer o diálogo entre indústrias e as instituições de ciência e tecnologia (ICT). Aqui ressalto que há boas iniciativas, mas que precisam de maior escala.

    É crítico considerar aspectos éticos. Permitam que, aqui, utilize uma expressão weberiana: precisamos da ética da responsabilidade. Em certo sentido, o termo transcende a ética da convicção (Kant), a ética das ações morais individuais, praticadas independentemente dos resultados a serem alcançados. Aqui o resultado importa, e muito! A ética da responsabilidade significa que o bem coletivo, da sociedade, deve prevalecer sobre o bem individual. Significa que temos que conciliar os avanços tecnológicos com suas consequências, ainda que, de início, os temores tendam a sobressair. Não se pode nem se deve frear os avanços da produtividade, mas devemos, sim, preparar a sociedade para isso.

    Ressalto, por fim, os versos de Fernando Pessoa, tão necessários diante da perplexidade que facilmente vira inércia e que utilizamos na Gerência de Educação: “Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?”

    Nesse sentido, destaco aqui as ações realizadas pelo SENAI-SP: da reformulação de currículos ao desenvolvimento de propostas ousadas para um novo curso de engenharia, ímpar no Brasil, a ser ofertado em futuro próximo em São Caetano do Sul, passando pelos investimentos preconizados por nosso Presidente e pelo Conselho, temos traçado, diuturnamente, enquanto instituição, caminhos para o futuro.

    Cabe ao SENAI-SP tomar as necessárias medidas demandadas em relação ao diálogo com o setor produtivo e interinstitucional, à ética e ao agir, das quais destaco: capacitar seus instrutores e docentes, fortalecer parcerias internacionais e dialogar com a sociedade. A escola da indústria ecoa e ressignifica anseios sociais, habilitando pessoas a enfrentarem esse mar bravio.

    Voltando às analogias marítimas do mar revolto e turbulento das mudanças, se a cartografia permite mapear a realidade, a educação possibilita o ultrapassar de barreiras e fronteiras. Expressões como qualificação e domínio tecnológico cada vez mais permearão o mundo. Náufragos serão aqueles que, desprovidos de boa nau, submergirão.

     

    CLECIOS VINICIUS BATISTA E SILVA

    Gerente de Educação –SENAI-SP

     

  • Edição Especial - Janeiro 2019 - 1º Simpósio das Faculdades de Tecnologia SENAI-SP
    v. 1 n. 3 (2019)

    Editorial

    Caro leitor,

    Antes de tratar sobre temas relacionados as evoluções tecnológicas e sociais, que permeiam um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo (Mundo VUCA), acredito ser pertinente contextualizar a importância do surgimento dos primeiros periódicos científicos, publicados a partir de 1665 (há mais de 350 anos), sendo eles o francês Journal des Savants e o inglês Philosophical Transactions.

    Com propósitos mais do que nobres, esses periódicos científicos proporcionaram maior dinâmica nas discussões sobre novas ideias referentes aos principais temas abordados pela comunidade científica europeia, através de relatos experimentais nas áreas da Física e da Química, resenhas de livros, debates científicos e teológicos, dentre outras formas de contextualização dos temas.

    Atualmente, vivemos em um mundo cada vez mais imprevisível sendo necessária a utilização de ferramentas computacionais para alicerçar tomadas de decisões mais assertivas, tornando necessária a mudança do mindset da sociedade, bem como quebras de paradigmas.

    Novas tecnologias surgem ou são oficializadas pelo conceito de Indústria 4.0: Big Data; IIoT; Cibersegurança; Realidade Aumentada; Cloud – fazendo com que concomitantemente ocorra uma evolução da sociedade, seja na maneira de pensar como na de agir.

    Referente a evolução social, é de extrema importância que temas relacionados às soft skills sejam abordados pela sociedade acadêmico-científica, pois essas serão fundamentais para a consolidação e manutenção do trabalho coletivo e colaborativo, principalmente nos setores corporativos e de produção industrial.

    Esses aspectos geram ações disruptivas que culminam em reflexões e medos, mas que geralmente resultam em evoluções e melhorias contínuas nos processos, produtos e na vida das pessoas.

    Através do exposto, verifica-se que a produção de material científico é de extrema importância para a memória, o desenvolvimento e a disseminação dos conhecimentos científico, tecnológico, educacional e social, seja pela comunidade acadêmica interna das Faculdades SENAI de Tecnologia, como também pela sociedade como um todo.

    Dentro desse contexto, a Revista Brasileira de Mecatrônica, publicação técnica e científica da Faculdade de Tecnologia SENAI Armando de Arruda Pereira, vinculada ao Curso Superior de Tecnologia de Mecatrônica e aos Cursos de Pós-graduação surge com o propósito de consolidar e disseminar a produção científica do SENAI São Paulo, estabelecida pela excelência em seus recursos humanos, tecnológicos, sociais, dentre outros, através de metodologias com base em competências e construções transdisciplinares.

     

    Ricardo Alexandre Carmona

    Especialista em Educação Profissional do SENAI São Paulo

    Engenheiro Mecatrônico

    Mestre em Engenharia Biomédica

     

  • Edição Regular
    v. 1 n. 2 (2018)

    Editorial

    INDÚSTRIA 4.0: uma evolução natural do SENAI Mecatrônica (SP)

    Os estudos científicos para a produção voltada à customização em massa, base para os preceitos da Indústria 4.0, datam já dos anos 90 época em que os Processos de Manufatura Flexíveis, conhecidos também como FMS (Flexible Manufacturing System), começam a ser implementados na indústria que tinha como objetivo fabril a utilização de um processo de manufatura eficaz e a flexível de forma a reagir as mudanças dos processos de fabricação. Foram observadas, na época, discussões acadêmicas referentes à utilização da tecnologia como no documento “Personalização em massa: Implementando o paradigma emergente para vantagem competitiva” (Mass customization: Implementing the emerging paradigm for competitive advantag) de Suresh Kotha publicado em 1995.

    No Brasil, também já vem de longa data a discussão do assunto, de forma abrangente com, por exemplo, a publicação em revista não científica (EXAME – Edição 0852 de 2005) como forma de disseminação tecnológica, os conceitos e aplicações na produção em massa e customizada com vistas a uma preparação para o futuro. Hoje as indústrias se adaptam para atender de forma individualizada aos desejos de cada cliente e vem tornando-se uma realidade e o mercado vê esta possibilidade como um diferencial na batalha da concorrência globalizada. Por outro lado a implementação da produção com a customização em massa necessita de tecnologias que possibilitem acompanhar todo o processo de cada produto nas suas diferentes etapas e seus componentes de forma otimizada quanto à qualidade, prazos, custos. As tecnologias foram inseridas por um processo evolutivo e pareado a evolução tecnológica, hoje o mercado possui dezenas de soluções tecnológicas em diversos níveis de maturidade formando o contexto para a Manufatura Avançada.

    O termo Indústria 4.0 surge em 2012 na feira de Hannover como um projeto para promover um salto da competitividade devido a utilização de novas tecnologias na manufatura industrial com a criação de soluções inteligentes. No texto de 2015 da Technische Universität Dortmund denominado “Desig Principle for Industrie 4.0 Scenarios” propõe de forma sucinta e abrangente para a base tecnológica inserida na Indústria 4.0, afirma:

    "Fábricas inteligentes e modulares onde sistemas ciber-físicos (CPS) monitoram o processo criando uma cópia virtual da realidade que auxiliam na tomada de decisões. Por meio da Internet das Coisas (IoT) os sistemas ciber-físicos comunicam-se entre si e com humanos em tempo real e através da Internet dos Serviços (IoS) são oferecidos serviços organizacionais internos e externos utilizados pelos participantes da cadeia de valor". (HERMANN; PENTEK; OTTO, 2015. p. 11, tradução nossa).

     Os preceitos da Indústria 4.0 estão embasados em conceitos básicos da Interoperabilidade de forma a construir uma comunicação entre todos os níveis da cadeia de valor; a virtualização com o objetivo de validar sistemas físicos por meio de sistema virtuais e modelos matemáticos; a descentralização das tomadas de decisões em função do aumento da complexidade dos sistemas; respostas em tempo real oriundos de sistemas inteligentes e da captura das informações disponibilizados por sistemas inteligentes orientados ao serviço.

    Hoje dentre as tecnologias disponíveis para serem implementadas na cadeia produtiva temos os Sistemas Ciberfísicos (CPS) ou sistemas automatizados com a capacidade de trabalho autônomo e comunicação M2M (máquina a máquina) e que devido ao seu auto grau de complexidade é passível de modelagem tridimensional de seus sistemas por meio de ferramentas digitais de CAD/CAM/CAE, Robótica, Realidade Virtual e Aumentada passível de Comissionamento para a análise de engenharia. Mas como ocorre a comunicação M2M. Dentre aos preceitos da Internet das Coisas (IoT) é lançada mão dos conhecimentos de redes industriais, sensorização, automação, Big Data que permite ao sistema a obtenção de dados do produto e produção colocados à disposição para a gestão do processo, estes dados são então tratados e analisados segundo critérios especificados pelo armazenamento de dados na nuvem e em processo de Data Analytics e os resultados disponibilizados por softwares desenvolvidos para publicação dos resultados e tomadas de decisão conhecida como Internet dos Serviços (IoS).

    A evolução à Indústria 4.0 desde os primórdios das discussões da importância de utilização das células flexíveis de manufatura e o atendimento ao conceito da customização em massa se confunde com a história do SENAI Mecatrônica localizado na cidade de São Caetano do Sul em São Paulo. Entre 1990 a 1995, por meio de um convênio com o governo do Japão, a unidade recebeu um investimento da ordem de U$ 18 milhões para investir em modernização tecnológica, passando a atuar na área Mecatrônica e transformando-se em um avançado Centro de Automação da Manufatura. A transferência da tecnologia se deu por meio da JICA “Japan International Cooperation Agency”, organismo do governo japonês responsável pela integração e execução da cooperação técnica com países em desenvolvimento. A parceria SENAI-JICA resultou em um grande investimento em recursos físicos e humanos, dotando a Escola de avançadas tecnologias de Automação da Manufatura e sistema de projeto integrado CAD/CAM/CAE que contribuiu com o esforço de modernização das indústrias nacionais alavancado pela crescente competitividade gerada pela globalização da economia. Entre os anos de 1998 e 2000, foi firmado um segundo convênio de complementação tecnológica com o Japão para a implantação de um ambiente de Robótica (Tecnologia Robótica Aplicada a Solda MIG, Montagem com Sistema de Visão e Simulação). Em 1999 foi implantada a Faculdade SENAI de Tecnologia Mecatrônica, e vem ofertando desde então o Curso Superior de Tecnologia em Mecatrônica Industrial. Em 2005 a Faculdade passa a oferecer, também, cursos de Pós-Graduação Lato Sensu. No período de 2007 e 2009 foi firmado um convênio tecnológico com a França, com o objetivo de criar na agora Faculdade de Tecnologia Mecatrônica um Centro de Competência em Manufatura Digital (PLMCC - Product Lifecycle Management Competency Centre), onde são utilizados softwares de última geração para a criação, simulação virtual 3D e fabricação de produtos como, por exemplo, automóveis e aviões. Entre os anos de 2010 e 2013 começam a ser desenvolvidas pesquisas de aplicação nas áreas de Manufatura Aditiva, Realidade Virtual e Aumentada, Escaneamento Tridimensional e Comissionamento Virtual. Em agosto de 2017, foi inaugurada as novas instalações da Escola e Faculdade SENAI "Armando de Arruda Pereira", juntamente com o UPLAB (Espaço de empreendedorismo e inovação) possuindo sua primeira linha de Manufatura 4.0 contemplando ainda um parque robótico que somam 17 robôs industriais de diferentes marcas e capacidade de carga. Em 2017 em um projeto colaborativo entre o SENAI-SP, Abimaq, Empresas patrocinadoras e Startups de tecnologia foi desenvolvido o projeto “Manufatura Avançada: a indústria 4.0 no Brasil apresentada na Expomafe (2017) e Feimafe (2018) que atendendo ao conceito de modularidade foi apresentada situações produtivas diferentes em cada um dos eventos”.

    Referente às tecnologias qual o status delas, são realmente estas que foram discutidas? Estudos da International Electrotechinical Comission (IEC) feitos em 2015 mostram que na realidade estamos em pleno processo de evolução e tomado como base o ano do estudo a prospecção para a maturidade delas variam em diferentes etapas: em um prazo de dois anos as ferramentas para a análise de dados de reconhecimento de voz poderão obter a maturidade para disseminação do seu uso, já a utilização da Manufatura Aditiva como a impressão 3D e seus materiais, a ciência de dados aplicada a gestão da informação, a computação em nuvem e a computação híbrida são estimados um prazo de até cinco anos. Num prazo ainda maior de até dez anos poderemos considerar a maturidade da Internet das Coisas, o Big Data e análise prescritiva, os serviços de comunicação atendendo com eficiência a comunicação entre máquinas (M2M) incorporando neste os robôs inteligentes e uma quebra de paradigmas com os softwares sem definição. Para o futuro num prazo acima de dez anos é prevista então a maturidade do sensoriamento bioacústico e da neurociência para os negócios. Desta forma o processo evolutivo tecnológico está em ebulição, possibilidades existem, sua implementação corrobora para a evolução da indústria, mas ainda é necessário ficar antenado na necessidade constante de aprimoramentos num processo de melhoria contínua industrial para acompanhar as necessidades do mercado global.

    Frente a essa enorme modificação tecnológica se torna consenso que o mercado de trabalho necessitará de qualificação profissional dinâmica para atender a economia industrial adaptando-se às competências tecnológicas e aos novos modelos de negócio. Assim não podemos nos sentir confortáveis em ditar novas profissões, já vimos no passado profissões “novas” consideradas como o futuro que simplesmente sucumbiram. Temos que analisar as novas áreas de atuação que vem se formando como a Medicina Digital, a Agricultura de Precisão, a utilização da Realidade Aumentada em serviços, a coexistência de humanos e máquinas inteligentes em processos industriais. O que pode ser afirmado é quais as áreas do conhecimento terão condições de preparar a mão de obra para este cenário tecnológico futuro, podem ser destacadas as Engenharias de Mecatrônica, de Automação e Controle, da Computação e da Informação, Mecânica, de Telecomunicações, Elétrica e Eletrônica, Ciências dos Materiais e da Computação, Matemática e Estatística, Física e Química, Psicologia, Filosofia e Neurociência. Faz-se sim necessário os diversos níveis de atuação com a formação de mão de obra de técnicos, tecnólogos, engenheiros capazes de atuar nas áreas de desenvolvimento, implementação, operação e manutenção dos sistemas constituintes da fábrica inteligente e as três dimensões fundamentais para a política de desenvolvimento aconselhada pelo Banco Mundial, ou seja, a Competitividade, as Capacitações e a Conectividade.

    Me. Dagoberto Gregorio

  • Edição Inaugural
    v. 1 n. 1 (2018)

    Editorial

    Caro leitor,

    Há muito tempo esta Instituição almeja uma maneira de compartilhar livremente a produção acadêmica, cuja a concretização desse periódico eletrônico contribuiu para a publicação da produção científica de nossa Instituição.

    É nossa finalidade que a Revista Brasileira de Mecatrônica, publicação técnica e cientifica da Faculdade de Tecnologia SENAI Armando de Arruda Pereira, vinculada ao Curso Superior de Tecnologia de Mecatrônica e aos Cursos de Pós-graduação seja, de fato, um instrumento para divulgação da produção intelectual de nosso corpo discente e docente, bem como, de nossos ex-alunos e colaboradores.

    Os artigos destacados nesta edição inaugural da Revista são resultados de um esforço concentrado de todos os profissionais desta instituição envolvidos na tentativa de oferecer uma literatura atualizada que reflita as necessidades específicas da área de Mecatrônica e da Indústria 4.0.

    A Equipe Editorial composta por docentes e profissionais com especialidades diversas, tem por objetivo, promover uma maior circulação de ideias por meio de seus trabalhos e estudos acadêmicos e manter-se na linha de frente do desenvolvimento profissional, imprescindível as exigências de uma sociedade em constante mudança.

    A constante atualização de nossos discentes e docentes é uma condição básica para a manutenção da produção cientifica em alto nível, compatível com as reais necessidades tecnológicas de um país que necessita de um crescimento cumulativo do conhecimento. Os artigos veiculados nessa revista nos convidam a refletir sobre os novos caminhos da tecnologia, seus impactos na produção científica e no desenvolvimento da sociedade.

    Acima de tudo, esperamos que o conteúdo aqui publicado possa vir a acrescentar em outras futuras pesquisas.

    Boa leitura!

    Osvaldo Luiz Padovan

    Diretor da Faculdade SENAI de Tecnologia Mecatrônica